sexta-feira, 6 de março de 2009

Manhumirim

As maravilhas do Manhumirim encanta pelo seu incrível potencial.

Na rota norte do Pico da Bandeira, encontra-se um dos mais belos e agradáveis municípios do Caparaó Mineiro. Manhumirim, cujo significado é "Rio Pequeno". A cidade surgiu às margens da Estrada Real Dom João VI e é um pólo do Agroturismo, dos Esportes Radicais e do Turismo Histórico-cultural.


Seus 295 quilômetros quadrados de território abrigam 25 mil habitantes e milhares de hectares de florestas, onde sobrevivem centenas de espécies da Fauna e Flora de Mata Atlântica. A principal reserva ambiental é o Parque Municipal Sagüi da Serra do Ouro (1550 m).

Outro grande atrativo natural é o Balneário do Rio Claro, localizado na divisa com o Espírito Santo. O lugar tem dezenas de piscinas e poços naturais e várias quedas de água cristalina.

O forte no Agroturismo são as espetaculares fazendas históricas, mais de 30 ao todo, e seus belos casarões coloniais. A Fazenda Quartel ainda conserva os imóveis do posto de controle policial onde surgiu Manhumirim e parte da Estrada Real construída a mando do rei Dom João VI.

Fazem parte do acervo arquitetônico a Igreja Matriz Paróquia de Bom Jesus de Manhumirim, o Colégio Pio XI e o Seminário Apostólico Romano, anexos à matriz, e o Colégio Santa Terezinha.

Os principais eventos do calendário são o Festival de Inverno de Manhumirim, o Festival teatral "Cenas Mínimas", o Carnaval e o Jubileu de Bom Jesus.

Como Chegar
A cidade está a 311 km de Belo Horizonte e é cortada pelas rodovias federais BR- 116 e BR-262.

Foto Histórica


Nas Trilhas do Parque do Sagüi.
Manhumirim possui um dos mais belos parques municipais de Minas Gerais.

O Parque Ec
ológico Municipal Sagüi da Serra é uma das maravilhas de Manhumirim. Com 375 hectares de área, e é o maior em sua categoria de manejo do Estado e Minas Gerais.

Criado em 5 de junho (Dia Mundial do Meio Ambiente) de 1999, o atrativo está próximo de completar sis anos. Neste período, milhares de visitantes puderam ver de perto muitas das belezas existentes na Mata Atlântica.

Toda essa riqueza natural é protegida pela ONG Força Verde e Prefeitura Municipal de Manhumirim, com o apoio do Ibama, Parque Nacional do Caparaó, Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Polícia Florestal de Minas.

O parque oferece excelente estrutura, tendo camping, sanitários, trilhas ecológicas, mirantes, vias de rapel e rampa de parapente, ainda pouco utilizada. Logo na entrada há um paredão utilizado para rapel. São 50 metros de descida com trechos em negativa. Uma via de retorno permite repetir várias vezes a brincadeira radical.

A reserva é cortada pelo córrego da Caatinga. Numa altitude de 1.150 metros, encontra-se a Barragem, que é o primeiro ponto de captação de água da cidade e está em uso desde 1934. Com uma caminhada de aproximadamente 30 minutos, chega-se a um primeiro Mirante.

A trilha principal ao Mirante do Ouro ou ao Bambuí. Na bambuzal começa a caminhada mais radical, em direção à Serra do Ouro, que, com 1.550 m, é o ponto mais alto de Manhumirim.

A subida da serra demora cerca de três horas, porém com direito a muitas paradas para observar as belezas. A caminhada termina num campo rupestre repleto de orquídeas e bromélias.

A VIDA NO PA
RQUE

O Parque Municipal é reduto de um animal belíssimo: O sagüi da serra. Segundo biólogos, trata-se de uma das espécies mais ameaçadas do mundo, pois, embora seja endêmica na região de Manhumirim, ela só ocorre em grade número ali.


Outros primatas habitam as matas do parque, como o raríssimo muriqui ou mono-carvoeiro, maior macaco das Américas, o sauá ou guigó e o macaco prego do peito amarelo.

A Fauna terrestre inclui ainda preguiça, suçuarana ou onça parda, goto mourisco, jaguatirica, paca, tamanduá-mirim e capeto (porco do mato). Entre as aves encontra-se tucano de bico verde, araçari banana, curucuá de barriga amarela, arapaça de bico curvo e pica pau gigante de cabeça vermelha.

A Fauna do parque apresenta preciosidades da Mata Atlântica, como jequitibá, jacarandá, cedro, murici e peroba.

Como chegar ao Parque:
O parque
está localizado a 7 km do centro da cidade, na localidade de Córrego da Ventania. O acesso é próximo à rodoviária de Manhumirim. O telefone é (33) 9951-6614.

AGENDA FESTIVA:

Festivais, como o de Inverno e o de Cenas Mínimas, além de comemorações tradicionais e eventos culturais, incrementam o calendário.

Os eventos culturais cívicos e religiosos de Manhumirim costumam atrair milhares de pessoas. Como grande incentivador da Cultura, o município apóia a realização do Festival de Inverno, evento anual sem data fixa, e do Festival de Cenas Mínimas, também sem data programada. O primeiro privilegia música, dança e poesia.

O Festival de Cenas Mínimas é uma mostra competitiva de Teatro Amador que envolve todas as escolas do município. Em quatro dias, podem ser apresentadas até 45 peças, que são escritas pelos próprios estudantes. Cada grupo tem 2 minutos para arrumar o palco e 3 minutos para apresentar o espetáculo. O tempo reduzido estimula a criatividades e qualidade dos textos.

Comemorações tradicionais são os desfiles cívicos em homenagem ao aniversário de emancipação da cidade (16 de março) e à Independência do Brasil (7 de setembro). Em 2009, a cidade faz 85 anos.

Também são tradicionais o Carnaval, que tem Boi Pintadinho e Mulinha, manifestações folclóricas como o Catereté e o Calango, rodas de sanfona e viola e festas juninas e julinas. Há alguns anos acontece o encontrão de quadrilhas, com grupos de escolas, comunidades, associações de moradores e outras entidades de Manhumirim.


Para os fiéis católicos festa imperdível é o Jubileu de Bom Jesus, uma homenagem ao padroeiro da cidade, que sempre ocorre entre 7 e 14 de setembro, no pátio da Paróquia de Bom Jesus de Manhumirim, no Centro.

É uma das comemorações mais tradicionais na região, com shows e celebrações religiosas que reúnem multidões. Muitas comitivas demonstram sua fé indo à pé para a Igreja Matriz. Paralelo ao Jubileu, no campo de futebol utilizado pelos padres desde 1920, acontece a Expo Mirim. Corpus Christi, no início de junho, também atrai muitos fiéis. As ruas de Manhumirim são enfeitadas com os tapetes ornamentados.

A CASA DA CULTURA:

A classe artística de Manhumirim está sempre em plena atividade, assim como a Casa de Cultura do Município. A entidade promove muitos eventos e são constantes as apresentações de Arte e do artesanato local.

A instituição foi criada em 1987 e tem por objetivo promover o resgate histórico-cultural da cidade, apoiar, coordenar e promover eventos, por exemplo o Festival de Inverno e o Festival de Cenas Mínimas, além de fazer intercâmbio com outras entidades, culturais. A casa também é sede do Conselho Municipal de Cultura.

Grande parte do
s artistas locais está associados à entidade. Somente o núcleo de artesãos tem mais de 30 pessoas. Os artigos são principalmente bordados, quadros, pintura em tecido e objetos de arame e palha.

A Casa da Cultura está funcionando na Rua Caetano Hora, número 38. O funcionamento é de 14 às 22 horas.

ESTRADA REAL DEU ORIGEM À CIDADE.

Após a vinda da família real para o Brasil, em 1808, o rei Dom João VI ordenou que fosse construída uma extra ligando Vila Rica (Ouro Preto-MG) ao porto de Vitória-ES. O objetivo era economizar tempo e diminuir os riscos no transporte do ouro, diamante e outras riquezas minerais.

O Caminho Novo, estrada que ligava as lavras ao Rio de Janeiro era muito visado por ladrões e contrabandista e a viagem era longa, podendo demorar até 18 dias. Para dar segurança ao percurso, foram construídos vários postos de controle policial chamados de quartéis. Manhumirim surgiu em torno de um deles. Os postos garantiam estadia tranqüila para tropeiros e viajantes.

Conseqüentemente, o quartel de Manhumirim tornou-se entreposto comercial e muitas pessoas se estabeleceram ali com objetivos mercantis. Assim surgiu o pequeno povoado denominado Arrai
al do Senhor Bom Jesus de Pirapitinga (salto do peixe brando) nome dado pelos índios.

Por falta de interesse no percurso, a via sofreu com a falta de manutenção e a Estrada Real Dom João VI acabou abandonada. Hoje, o quartel de Manhumirim é a sede da Fazenda Quartel, onde ainda há vestígios da estrada, toda calçada com pedra de mão.

A partir de 1820, chega à região pessoas interessadas nas plantas medicinais da Mata Atlântica, especialmente a posia ou ipacacuanha. Mineiros desiludidos com o esgotamento das lavras da região aurífera e imigrantes alemães oriundos de Nova Friburgo-RJ foram atraídos pela fertilidade do solo.

A esta altura, o progresso da localidade provinha do café. A estrada de ferro, inaugurada em 1914, diminuiu o frete e aumentou os lucros. A riqueza gerada atraia novos imigrantes, empresários e aventureiros. Surgiam assim novos prédios, lojas e residências.

O município foi criado em 7 de setembro de 1923, mas ele só seria instalado oficialmente em 16 de março do ano seguinte. Em Tupi Guarani, Manhumirim significa "Rio Pequeno".

TRADIÇÃO E HISTÓRIA PELO INTERIOR.
Percorrer distritos e localidades rurais é descobrir antigas
tradições locais.

O interior de Man
humirim oferece uma grande quantidade de atrações do Agroturismo, Esportes de Aventura e Ecoturismo. Dentre as agradáveis opções, a cultura rural e as fazendas históricas com seus casarões coloniais são o que realmente emocionam o visitante.

Uma curva, e pode-se ser surpreendido por uma casa de sapê bem conservada, mesmo após os cem anos de existência. A única alteração no imóvel, localizado no Córrego da Caatinga, foi a instalação de rede elétrica.

Hoje, a casa não é habitada, servindo apenas de depósito. Dona Marlinda Teles do Nascimento conta que a construção foi obra do bisavô do marido e que a família pretende manter tudo como está.


Menos de um quilômetro à frente, outra preciosidade: um paiol de sapê construído em 1935 por Melquíades Knupp, um descendente de imigrantes alemães. Na casa anexa, dezenas de blocos de rapadura são conservados sobre o fogão à lenha.

"Assim elas n
ão azedam e podem ser guardadas por mais de um ano", conta dona Ilda Knup, filha de Melquíades. Ela e dona Marlinda dominam o conhecimento sobre a produção de deliciosos doces artesanais.

Em residências do Interior de Manhumirim, e até na sede, é muito comum deparar-se com ferraduras dependuradas nas portas das residências. Dizem que é para afastar inveja, mau olhado, etc. Mas o acessório eq
üestre também é utilizado em simpatias para curar doenças emocionais das crianças.

Outra tradição importante, e saborosa, é a produção de doces caseiros, especialidade de dona Marlinda e dona Ilda. Muitos doces são feitos com rapadura, como o de mamão, de abóbora e o delicioso pé-de-moleque.

Doce de Mamão:
1 kg de mamão verde ralado ou fatiado em lâminas finas e 1 Kg de melado de cana ou rapadura derretida.


Outras iguarias é a farinha de amendoim, espécie de paçoca com amendoim, açúcar mascavo e fubá torrado. Na roça também é comum encontrar o café com rapadura.

Muitas
propriedades estão intensificando as atividades do Agroturismo e Agronegócio. O destaque são os pesque-pague, queijos e doces artesanais e as novas experiências com o café orgânico e produtos derivados, como licor, bala e bolo de café.

AS FAZENDAS HISTÓRICAS:


No interior da cidade, desbravando seus caminhos, ainda permanecem de pé muitas lembranças do Ciclo
do Café e do Escravagismo. Mas de 30 propriedades rurais típicas, com características coloniais e casarões centenários, ainda se mantém preservadas.

A mais importante dela
s é a fazenda Quartel, marco do surgimento da cidade. Ali havia um posto da Estrada Real Dom João VI, onde iniciou-se o povoado que deu origem ao município.

Os visitantes viajam pela História ao ver os imóveis do quartel e

parte da Estrada Real, toda feita de pedra de mão.

A propriedade mais antiga é a Fazenda Boa Sorte, com mais de 200 anos da existência. Ela é anterior ao processo efetivo de povoamento e foi fundada por imigrantes da família Sanglard.

Outra propriedade interessante é a Fazenda do Ouro, ou Fazenda Paula Cunha. Ela surgiu em 1846, quando Manoel Francisco de Paula Cunha, um desertor da Guerra do Paraguai, se instala na região.

O TESOURO HISTÓRICO DA PARÓQUIA DE BOM JESUS.
Conjunto ar
quitetônico conta a história da fé no município.

O belíssimo conjunto arquitetônico da Paróquia de Bom Jesus de Manhumirim é um símbolo do crescimento da cidade. Seus prédios, a igreja e um seminário não estão exatamente ligados ao surgimento do município, mas ao padre Júlio Maria de Lombaerde, uma das pessoas que mais colaborou para o desenvolvimento da localidade.

A constru
ção da igreja matriz foi iniciada pelo Padre espanhol Frederico de La Barrera. Padre Júlio Maria concluiu o templo e construiu muitas outras coisas nos 16 anos em que permaneceu em Manhumirim.


A Igreja foi inaugurada em 23 de setembro de 1928 e foi a primeira da América Latina a ser erguida em concreto armado. Sua estrutura não tem tijolos, apenas blocos maciços de cimento. O estilo arquitetônico é do 3º Período Gótico.

A princípio, duas coisas chamam a atenção do visitante: a torre frontal, com 70 metros de altura, e o formato losangular do templo. A parte interna tem afrescos das paredes ao teto. São cenas que registram desde o nascimento de Cristo até a Via Crucis. Uma curiosidade é que não se vê os pés de
nenhum personagem retratado. Conta-se que o pintor tinha dificuldade para desenhá-los.

O altar, todo trabalhado, encontra-se no vértice central do templo. No vértice direito, fica o túmulo do Padre Júlio Maria. No lado oposto, um púlpito e um órgão antigo. Mais de 20 imagens de santos vindas da Europa estão espalhados pelo templo.

TRAJETÓRIA DO PADRE JÚLIO MARIA


O Padre Júlio Maria de Lombaerde nasceu em Beveren-Leie, Flanders-Bélgica, no ano de 1878, mas ele só vem para o Brasil em 1912. Sua chegada a Manhumirim ocorre em 1928, após passar pela Amazônia e Nordeste brasileiros, onde também realizou inúmeras obras, como a criação da congregação de freiras Filhas do Coração Imaculado de Maria (Coromarianas).

Após concluir a ig
reja, o religioso construiu o Seminário Apóstólico da Congregação do Sacramentinos, o colégio Pio XI, o hospital que hoje leva seu nome, um asilo e o Colégio Santa Terezinha, que tem ensino Normal e forma freiras.

Em 1941, o religioso foi naturalizado brasileiro. Em 1944, morre vítima de acidente automobilístico na Vargem Grande, localidade do município vizinho de Alto Jequitibá.

Em 1974, o corpo do Padre Júlio Maria foi exumado e seus restos mortais transferidos para uma cripta na Paróquia de Bom Jesus, uma exceção na Igreja Católica, que só permite tal honraria a bispos e outros superiores.

No Seminário Apostólico, encontra-se um pequeno museu, cujo acervo guarda objetos pessoais, pedaços da barba e at
é as roupas que o Padre usava na ocasião do acidente que o vitimou.

AVENTURA E DIVERSÃO

Manhumirim tem forte vocação para o Ecoturismo e para a prática de Esportes Radicais. Seus obstáculos naturais e paisagens deslumbrantes encantam os que gostam de desafiar os limites ou saem de casa em busca de lazer e descontração.

Quem procura sossego e maravilhas oferecidas pela natureza, encontra tudo no famoso Balneário do Rio Claro, atrativo que a cidade mineira divide com o município capixaba de Iúna.

Suas quedas de águas cristalinas, piscinas e poços naturais, dezenas deles, encontram-se a menos de 5 Km do centro. Destaque para o Poço das Antas, o preferido de moradores e turistas.

O Rio Claro nasce na Serra do Caparaó. Suas águas são das mais limpas da região e o volume impressiona o visitante. A mata ciliar que protege as margens do manancial tem algumas trilhas. O balneário também tem bar, restaurante, sauna, estacionamento e área de camping.


As matas e montanhas de Manhumirim são propícias ao Trekking, rapel, parapente, passeios à cavalo e trilha motociclística. A tradição sobre duas rodas deu origem, há mais de uma década, ao Enduro Pico da Bandeira. O evento atrai centenas de atletas mineiros capixabas e cariocas e percorre vários municípios.


Na visita a Manhum
irim é indispensável um passeio pelo maior Parque Municipal de Minas Gerais, o Sagüi da Serra (7 Km do centro). A área tem quilômetros de trilhas e vários mirantes. A trilha mais radical tem uma subida de três horas. O objetivo é conquistar a Serra do Ouro (1550m). Na entrada do Parque há uma rampa de párapente e vias de rapel.

Matéria extraída da Revista Guia Estrada de 2005
Reportagem de José Carlos Carvalho
Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais.

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Caparaó

Meu objetivo com este blog é divulgar pequenas cidades do Leste Mineiro pouco divulgadas na internet, Caparaó ou Caparaó Novo é uma das cidades que quando vamos pesquisar encontramos pouca informação. Pretendo devagarinho ir postando aqui algumas informações.

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