quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

CARANGOLA




Natureza, Arquitetura e Economia integram o município.

Quem conhece as maravilhas dos atrativos turísticos de Carangola dificilmente se esquecerá de tanta beleza, da preservação histórico cultural, da riqueza natural e da hospitalidade deste município do Caparaó.

Ao circular pelo Centro, o turista pode notar o quanto a história da cidade ainda está viva nos prédios e casas antigas. São heranças das origens e também do desenvolvimento promovido pelo café e pela ferrovia.

O Museu e Arquivo Público Municipal expõe um resumo disso tudo. A praça Coronel Maximiniano, onde começou a colonização da sede, reúne o principal conjunto arquitetônico, onde inclui-se a própria praça, a Igreja Matriz de Santa Luzia, a Prefeitura Municipal e o Fórum.

Também é impossível não perceber o quanto a natureza foi generosa com a cidade. Carangola tem três áreas de proteção ambiental (APA), no Morro da Torre, Alto da Conceição e Alto Barroso, além das matas da Pedra de São Bento e Fazenda Santa Rita. A Flora local é detalhadamente estudada e preservada pelo Herbário "Guido Pabst".

Os morros do Cruzeiro e do Barroso, as Pedras do Elefante e de São Bento e a serra de Parada General são roteiros alucinantes dos Esportes Radicais, como o vôo livre, o trekking, as trilhas motociclísticas e o montanhismo.

Carangola também faz parte da tradicional perigrinação do Caminho da Luz, aventura que refaz os passos dos pioneiros desta região mineira. Mas ainda há muito o que apreciar, como as manifestações folclóricas (Caxambu, Quadrilhas e Boi-Pintadinho) e o imenso calendário festivo, com seu tradicional Carnaval. Carangola é isso e muito mais!

Como Chegar:
Carangola é cortada pela MG-111 e tem acesso pela BR-482, passando por Espera Feliz. A cidade está a 360 km de Belo Horizonte, 280 km de Vitória e a 380 km do Rio de Janeiro.

Origens Históricas
Antes do processo de povamento de Carangola, a região era habitada por índios Coroados (que tinham esse nome por causa do corte de cabelo) e Puris proveniestes do litoral capixaba. No século XVII, foram distribuídas as primeiras sesmarias.

O primeiro núcleo de povoamento surge em 1734, próximo à Natividade, no presídio (semalhante ao distrito) de Abre Campo. Em 1842, a região ja tinha a denominação de Carangola.

A pintura facial dos índios cara-de-angola teria originado o nome. Outra versão sugere que o nome surgiu por causa de um capim muito comum na região, o cará-do-ângola. Em línguas indígenas, o termo significa "diabo velho dos matos", "capim redondo" e "rio que arranha".

Mas o nome também pode ter origem africana, pois alguns negros chegados à região eram provenientes de Caracoles, na Costa do Marfim, e no Candomblé há uma entidade chamada Exu-Carangola.

No início do século XIX, muitos aventureiros chegaram à região. O Café foi introduzido em 1848 e impulsionou a economia. Em 1859 foi construída a Igreja Matriz de Santa Luzia. Carangola vira cidade em 1878 e o município é instalado em 1882.

Polo Regional de Saúde.
Além de centro econômico, Carangola tem saúde estratégica.

Além de ser um dos grandes polos econômicos e culturais da Zona da Mata Mineira, com um forte comércio e centro universitário, o município de Carangola também vem se desenvolvendo muito na área de saúde, com hospitais de referência e alta complexidade e o aumento de número de clínicas e consultórios especializados pelo Centro da cidade.

A Casa de Caridade de Carangola é o maior hospital da região do Caparaó e atende pacientes de 38 municipios da Zona da Mata Mineira. Trata-se de um hospital totalmente informatizado, que oferece serviços de alta complexidade, como, por exemplo, a hemodiálise.

A Casa de Caridade atende pelos SUS e convênios. O endereço é Praça Coronel João Marcelino, 26 -Centro. No bairro Triângulo, encontra-se o Hospital Evangélico de Carangola.

Calendário Festivo
O Calendário Festivo faz a elegria da população e dos turistas.

O município de Carangola dispõe de um vasto calendário festivo que faz a alegria de moradores e visitantes. Logo após os animados festejos de Réveillon, comemora-se o aniversário da cidade (7 de janeiro).

A maior e mais tradicional festa de Carangola é o Carnaval, um dos maiores de Minas Gerais, que atrai foliões do Brasil inteiro. Recentemente, os trios elétricos foram substituídos por grandes palcos, onde se apresentam bandas e artistas renomados.

A sofisticação anda junto ao romantismo das bandinhas e dos bailes. O Bloco do Pijama abre o Carnaval na quarta-feira anterior à de Cinzas. Na quinta, o Bloco do Baba se concentra em frente ao tradicional restaurante Spaço Solar.

A abertura oficial é na sexta, com escolha do Rei Momo, Raínha e Princesas, e desfile das escolas de samba (Vem Comigo, União da Caixa D'Água, Unidos de Santo Onofre, Coroado, Tradição e Unidos do Triângulo) e dos blocos (Unidos da Lacerdina, Unidos do Jacaré, Filhos do Sol, Machado de Assis e outros). No Carnaval também tem manifestação folclórica com os bois do Papuça, do Jacaré e do João de Deus.

Em maio, a Igreja Católica festeja a Coroação de Maria. Depois vêm as festas juninas (destaque para Quadrilha do Louzada), a Exposição Regional Agropecuária, Industrial e Comercial (final de julho) e apresentações de Caxamb (junho e julho).

A cidade tem ainda a Festa do Café, na localidade de Conceição, o Jubileu da padroeira Santa Luzia, e o projeto Canto e Melodia, com a Seresta da Lua Cheia e Lira 21 de abril, imperdíveis, realmente.

Patrimônio Histórico
O passado de Carangola pode ser visitado nas dezenas de prédios que compõem o Patrimônio Histórico e nas fazendas coloniais do interior do município. O passeio pode começar no Museu Municipal (rua Pedro de Oliveira, 212 - Centro), onde também funciona o Arquivo Público local.

Ali, antiga sede da Companhia Força e Luz Brasindel, encontram-se peças de arte sacra, armarias, bandeiras, cristais, louças, fotografias, desenhos, pinturas, vestuário, mobiliário, artefatos arqueológicos, materiais geológicos, espécimes da Fauna, esculturas e documentos, entre outras coisas.

Na praça central, há um belíssimo conjunto histórico, formado pela igreja, prefeitura e fórum. A Igreja Matriz de Santa Luzia substituiu uma capela de pau-a-pique e taipa de 1859. O templo tem pinturas no teto e uma "Santa Ceia" no Altar.

A Prefeitura Municipal foi erguida entre 1907 e 1916 e apresentada estilo neo-clássico. Na fachada, destaca-se o Brasão da República. O prédio tem telhado de quatro águas com telhas francesas e ainda preserva o piso e o forro de tábua. O Fórum de Justiça "Doutor Xenofonte Mercadante" é ainda mais antigo, do ano de 1839, com estilo art-déco.

Símbolos do desenvolvimento são o Terminal Rodoviário "Wingdston Mendes Souza", a antiga Estação Ferroviária, de 1887, alguns pontilhões de ferro, a Praça Coronel Maximiniano, Escola Servita Regina Passes, a Fachada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (fafile), Escola Estadual Melo Viana e o Instituto São José (orfanato).

No interior encontram-se a Fazenda Rizo Tomé, a Fazenda Toledo, que tem produção artesanal e comercialização de cachaça, e a Igreja de São Manoel do Boi (século XIX), com capela e altar de madeira. Lá, os homens assistiam a missa nas laterais e as mulheres na nave central.

Sítio Arqueológico e Museu Municipal.
Artefatos expostos em museu mostram como viviam as tribos indígenas.

Em Recanto, distrito de Ponte Alta de Minas, encontra-se um cemitério indígena anterior ao século XVIII. O sítio histórico foi descrito pela primeira vez na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de 1896.

A descoberta foi feita por um grupo de doutores, militares e pesquisadores que se embrenharam na mata e, no alta de uma colina, localizaram uma caverna natural que continha ossadas de uns 20 indivíduos.

O sítio encontra-se em uma área particular e a visitação só é possível com autorização prévia dos proprietários.

Especialistas e universitários permanecem realizando pesquisas sobre o acervo arqueológico. Algumas peças encontradas ali estão expostas no Museu Municipal de Carangola.

Desbravando os Céus:
Paisagens deslumbrantes atraem muitos praticantes de vôo livre.
Recentemente, atletas do vôo livre começaram a desbravar o último território intocado de Carangola, as grandes altitudes do céu da cidade. Até então, somente praticantes do Aeromodelismo desfrutavam parte deste espaço.

Devido às altas temperaturas, muitas montanhas e paisagens alucinantes, a cidade está despontando como um dos principais pontos de salto de Minas Gerais e a cada dia o vôo livre se populariza mais em Carangola.

Suas características já estão sendo comparadas às de Governador Valadares, cidade mineira com destaque internacional na modalidade. Há tanto potencial para o esporte, que já foi aberta uma escola onde se aprende a conduzir o párapente (ou paraglider).

De fato, Carangola apresenta excelentes condições de vôo. Ali os atletas encontram tudo que procuram: belas paisagens e muitas térmicas (massas de ar quente que "empurram" o párapente para cima).

O empresário Carlos Heleno, que descobriu o párapente recentemente e atua na divulgação do esporte, diz que por enquanto a cidade tem apenas uma rampa, na localidade de Parada General.

Com 900 metros de altitude e 500 metros de desnível, a rampa oferece muita segurança no salto. Parada General fica a 4 km do Centro, a estrada tem boas condições de tráfego e há sinalização. Como há muitas montanhas na cidade, outras rampas podem surgir em breve.

Carangola tem tradição no trekking e trilha motociclística, mas também tem um imenso potencial para o off-road sobre 4 rodas, rapel e escalada. Os desafios são a Pedra do Elefante, Pedra de São Bento e morro do Cruzeiro do Barroso e do Tomé.

Pesquisando a Natureza.
Todos os espécimes conhecidos da Flora da Mata Atlântica da região do Caparaó estão registrados, classificados e catalogados no Herbário "Guido Pabst", mantido pela Faculdade da Filosofia, Ciências e Letras de Carangola com o apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os arquivos guardam amostras (folhas, flores, frutos, etc) de cerca de 15 mil espécies vegetais do Caparaó Mineiro e capixaba. No Espírito Santo, a vegetação apresentado algumas diferenças devido a influência dos ventos marinhos, impedidos de chegar a Minas por causa das cordilheiras.

O fantástico trabalho do Herbário permitiu a descoberta de muitos vegetais, alguns deles descritos pela primeira vez pelo professor Lúcio de Souza Leoni, atual curados da instituição. Como se trata de uma pesquisa permanente, outras espécies ainda podem ser descobertas.

Entre as plantas estudadas encontram-se principalmente gonçalos-alves, imbireira, perobas, ipês, embicuçu, mamanjuba, guaraiuva, falso-crueri, canelas, jequitibás, braúnas, tento, bicuíba, vassouras-de-feiticeira, qualea, sapucaia, cinco-folhas, garapa, jacarandá, ingá, leiteira, figueiras e gameleiras.

O levantamento da vegetação também permitiu conhecer muitos dos animais que convivem com ela. São eles o sagüi, macaco-prego, barbado ou bugio, lontra, ouriço, gambá, cachorro-do-mato, cuíca, cutia, quati, caxinguelê, tamanduá-mirim, capivara, entre outros.

Nos mananciais (qua resguardam belas cachoeiras) encontram-se: acará, maria-antônia, tambiú, canivete, peixe-espada, curimbatã, dourado, guaru, lambari-cigarra e outros.

Áreas Ecológicas.
Município impressiona pelas Àreas de Proteção Ambiental e potencial econturístico.

Carangola possui três Áreas de Proteção Ambiental (APA), todas criadas em 1998, e várias reservas não oficializadas, como as matas da Pedra de São Bento e da Fazenda Santa Rita, esta última um verdadeiro tesouro segundo o professor Lúcio.

A APA Alto da Conceição, na comunidade de Conceição, a 10 km do Centro, tem 4.150 hectares e abriga a nascente do Ribeirão Papagaio. Os 3.687.50 hs de APA Alto Barroso, abrangem as serras do Barroso, Serra Azul e do Aquenta Sol. A APA do Morro da Torre tem 155 ha.

"NÃO DEIXE DE IR:
Um passeio encantador para os amantes das plantas e das flores é o interessantíssimo Orquidário Minas Orchid à Rua Horácio Alvim, nº 541, Bairro Floresta, onde há mias de 30 mil mudas de 2 mil espécies de orquídeas e bromélias. "

As Belezas do Artesanato.
Artesanato típico já começa a ganhar fama internacional.

Carangola é conhecida como a "Cidade do Artista". Dentre as muitas manifestações (Música, Teatro, etc), apenas o Artesanato já é suficiente para comprovar que há todo o merecimento pelo título. Quem tem a oportunidade de apreciar ou adquirir os artigos terá certeza disso.

O artesanato típico do município é o mais rico e diversificado da região do Caparaó, enchendo os olhos com sua variedade de formas e materiais. A cabaça, fruto de uma plalnta típica na região, é a principal metéria-prima utilizada.

As vezes, a cabaça é simplesmente pintada ou ornamentada, mas elas também viram lindas bonecas ou máscaras. Esta é a especialiade da Cooperativa dos Artesãos de Carangola e Região (Cooperativa Objeto D'arte).

A instituição foi criada há cerca de um ano e atualmente tem 32 associados. Seus produtos são expostos e comercializados na Casa do Artesão de Carangola, que funciona na antiga estação ferroviária.

Os artifices também trabalham com pedras, bambu, cana da Índia, linhas, tecidos, junco, madeira e metal. Também há cestarias, papel marchê, cerâmica, instrumentos musicais de bambu, esculturas em pedra sabão e peixes feitos de cipó.

O artesanato de Carangola já é vendido para todo o Brasil e ainda é exportado para Alemanha, Dinamarca, Peru, França e Estados Unidos. A cidade tem outro grupo de artesãos que expõe ha loja da Estação da Arte e um ateliê que produz belíssimos móveis de bambu.

Matéria extraída da Revista Guia Estrada de 2005 feita por:
José Carlos Carvalho
Secretário do Maio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais.
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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

CAIANA

A Pérola do Caparaó Mineiro.

DESCOBRINDO CAIANA.

O município tem em seu nome uma homenagem às tribos indígenas que ali viveram.

As primeiras casas de Caiana surgiram em torno da Igreja de São João Batista, construída pelo português Manoel Francisco Pinheiro num terreno doado por Ismerina Toledo. A vila tornou-se o povoado de São João do Rio Preto.

A chegada da ferrovia, no início do século XX, trouxe o comércio, os correios e um cartório. Anos depois, a localidade, então pertencente à Espera Feliz, passa a ser chamada Caiana (índia velhoa), em homenagem às tribos que ali habitavam.

Outro fator de desenvolvimento local foi a lucrativa extração de minérios, que atraiu muitas famílias para Caiana. A emancipação do distrito foi publicada no Diário Oficial em 1962, mas o município só foi instalado em 1º de maio de 1963.

Hoje, a cidade tem 112 quilômetros quadrados e quase 3,4 mil habitantes. Seu rítmo de vida é ligado à agropecuária, mas o município já está se capacitando para explorar o Turismo de forma sustentável.

Caiana integra o Roteiro Pico da Bandeira e tem muitos atrativos naturais, históricos e culturais. Seu forte é o Agroturismo e o Turismo de Aventura. O interior é cheio de fazendas históricas e paisagens de tirar o fôlego.

Os principais roteiros do Ecoturismo são a Cachoeira da Fumaça, com 80 metros de queda, A serra da Caiana, Serra Pedro Oliveira e O morro de Canoa, locais venerados por trilheiros, pilotos de off-road e amantes do trekking.

As maiores festividades da cidade são a Feira de Artesanato, que acontece em setembro e dezembro, o aniversário da cidade (01/03) e a Festa de São João Batista (22 a 24 de Junho). Caiana é uma espécie de jóia turística.

NÃO DEIXE DE IR:

O Balneário Pelotas é uma das melhores opções de lazer de Caiana. O atrativo fica na Fazenda Maceió, distrito do Córrego São Domingos, a 11 km do Centro. O local tem um lago de 40 mil metros quadrados, point da Pesca, nado e do jet sky. Também há camping, tirolesa, piscina infantil, campo de futebol, churrasqueira, estacionamento com 40 vagas, bar e restaurante. A entrada é gratuita e o funcionamento é das 08 às 19:00, de segunda à sexta-feira.

CULTURA:

Caiana tem dimensões modestas, um cotidiano simples, mas apresenta um grande desenvolvimento cultural. Entre seus moradores, é grande o número de músicos, artesãos, pintores, compositores, poetas e escritores.

Devido a esta característica, um dos principais eventos do calendário da cidade é o Recital de Música e Poesia do Ensino Médio, que acontece na última semana de novembro. As apresentações incluem obras inspiradas em autores famosos e em temas locais.

Uma ilustre cidadã de Caiana é a escritora e artesã Cenir Daniel Rodrigues, autora de livros infantis reconhecida em todo o país. Sua obra trabalha temas ligados ao Folclore. A própria autora já adaptou alguns de seus livros para o Teatro.

O Artesanato local tem artigos variados. São trabalhos com cisal, sementes, folhas, garrafas, vasos de plantas, arranjos de flores, madeira, bambú, macramê e ponto cruz. A Associação Municipal dos Artesãos de Caiana (AMAC) fica na Rua José Grilo da Silva, 46.

A Cidade das Miniaturas.

Trabalho belíssimo são as réplicas de casas coloniais das fazendas históricas e de outros imóveis de Caiana. Daniel Salles faz as criativas maquetes utilizando palito de picolé, cola e tinta.

AVENTURA SUBTERRÂNEA:

Adrenalina e história se encontram quase mil metro dentro da terra nas minas da Lavra São Roque, no distrito de Ouro Fino.

No distrito de Ouro Fino, a 1,5 Km do centro de Caiana, encontram-se as espetaculares minas da extração de mica, feldspato, cristais de cores diversas (branco, preto, rosa,etc) e outras riquezas minerais.

O passeio provoca apreensão e fascínio. As centenas de metros de corredores estreitos e grandes salões de pedra chegam a provocar mal-estar nos claustrofóbicos. A água que escorre ininterruptamente pelas paredes piora essa sensação.

Acima de trabalhadores e visitantes, há milhares de toneladas de terra, mas até hoje, ali só se registrou um desabamento provocado por explosão de dinamite. Outro sentimento comum nas lavras é o deslumbre com as maravilhas que brotam na terra e com a coragem e perícia dos homens que tiram o sustento do trabalho nas minas.

As lavras foram descobertas há quase um século pelo português Antônio Borges Pereira, que por muitos anos explorou a retirada e comercialização de mica. Por causa de desentendimentos entre seus familiares, a lavra foi repassando a um grupo de americanos.

Depois, as minas foram exploradas por japoneses e diversos outros contratantes, até que, na década de 1940, Pedro de Oliveira assume os trabalhos. Ele cria novas frentes de serviço, gerando muitos empregos na cidade, e intensifica a comercialização dos minerais.

A esta altura, muita gente estava envolvida com a mineração e como não havia equipamentos de segurança, alguns perderam a vida ou tiveram a saúde comprometida pela Sisicose, doença popularmente chamada de "pó de pedra no pulmão".

Nas décadas seguintes, a Lavra São Roque se tornaria um atrativo turístico visitado por pessoas de todo o Brasil e exterior. Em 1975, Pedro de Oliveira passa a plantar cacau em Rondônia e vende a lavra para o português Antônio Fernandes Borges do Rego.

O lusitano também possuia a mesma garra empresarial do antecessor, mas chegou um ponto em que as escavações ficaram muito profundas e perigosas e os lucras já não eram como antes. Antônio Fernandes diminuiu a intensidade do trabalho e o desemprego prejudicou a economia do município. Após sua morte, a família arrendou a lavra para José Aurélio.

A mina não é um ponto turístico permanente e nem está aberta a visitação. Para conhecer o local é preciso contatar os responsáveis e obter autorização.

O ACERVO HISTÓRICO E ARQUITETÔNICO

Casarios, igrejas e monumentos contam a história de Caiana.

Caiana tem muitos imóveis, propriedades e monumentos de relevância histórica e arquitetônica. Na sede, a construção mais antiga tem aproximadamente 150 anos e foi erguida por José Pinheiro.

A residência sofreu algumas reformas ao longo dos anos, mas mantém as características originais. Atualmente, a moradora do imóvel é dona Guimar Pinheiro.

Outra construção centenária é a Casa Grande da avenida Pedro de Oliveira. Construída por Henrique Gripp, pertenceu a várias pessoas e foi onde funcionou a primeira pensão da cidade. Devido ao mau estado de conservação, recentemente sofreu um incêndio e pode ser demolida.

O Salão de Pépe(em frente à Igreja Matriz) foi construído por Barbosa e Marques, em 1922, para a compra e venda de café. Anos depois, tornou-se a residência de Rienda Moraleida, o Pépe, e seus familiares.

Nos anos 40 ele dividiu o salão e criou um espaço para realização de bailes. Como o anfitrião era racista, brancos dançavam e um lado e negros de outro. Hoje o salão é uma academia de musculação.

Dois símbolos do desenvolvimento da localidade são a caixa d'água e a antiga estação ferroviária. O reservatório é de 1911 e a estação foi construída em 1937. Com a desativação da ferrovia, na década de 90, a prefeitura adquiriu o prédio e construiu uma creche.

Outras importantes construções urbanas são a casa de dona Gessy Gripp, da década de 1930, a casa da Celeste Pinheiro, que já foi um comércio, o o casarão da Rua João Ferreira (1911). O imóvel, feito com pedras, paredes dobradas e telhas francesas, era um armazém de café. Depois, virou uma residência de 22 cômodos.

DESAFIO RADICAL.

Chegar aos pés da monumental Cachoeira da Fumaça exige esforços que envolvem aventura off-road e trekking.

Chegar a gigantesca Cachoeira da Fumaça, uma queda de mais de 80 metros localizada no meio da selva, exige força, disposição e uma boa dose de adrenalina. É preciso enfrentar alguns quilômetros de off-road, um pouco de trekking e uma floresta densa, sem trilhas demarcadas ou qualquer estrutura turística. A equipe do Guia Estrada topou o desafio.

A aventura tem tantas dificuldades que lembra as expedições dos desbravadores da região. A primeira parte do percurso segue para o distrito de Divininho, a 10 km da sede. Até a cachoeira são mais 3 km. O volume de água é tão grande que de muito longe é possível ouvir o barulho da queda.

O acesso é extremamente difícil e, mesmo a queda estando próximo, a caminhada pode demorar duas horas. Para visualizar a maravilha é preciso encarar mata fechada e o ritmo forçado dos terrenos íngremes.

A recompensa é a paisagem fenomenal da cachoeira precipitando entre os rochedos, um verdadeiro paraíso selvagem oculto no interior de Caiana. A queda fica no leito do Rio Preto e ao seu redor há um paredão com vias alucinantes para o rapel.

Abaixo da cachoeira há um moínho feito de pedra e madeira de lei que é movido pela água. Acima, há lindas corredeiras, pedras e canais que alimentam um gerador de energia. A Cachoeira da Fumaça é um dos pontos de pesca mais procurado em Caiana. Em breve, será construída na região um reservatório de três alqueires onde funcionará uma usina hidrelétrica.

Encontros de Trilheiros.

Além de trekking, do rapel e da cavalgada, Caiana também tem tradição nas trilhas motociclísticas. A cultura sobre duas rodas é tão difundida que há vários anos é realizado o Encontro de Trilheiros.

O evento não tem data definida, mas sempre acontece no Inverno, já reuniu 120 atletas mineiros, capixabas e cariocas. Durante a confraternização, os trilherios precisam superar 30 km de obstáculos, o que dá uma média de 6 horas de aventura.

A organização fica a cargo da família Cabral. Apaixonados por moto e natureza, os irmãos Gilmar e Cláudio acabaram levando para o esporte o próprio pai, Senhor Osmar Cabral. O experiente trilheiro diz que Caiana tem roteiros com alto nível de dificuldade, o que torna as conquistas mais saborosas.

Segundo ele, as melhores trilhas são as da Ernestina, a do Pico do Pépe, que tem 1.400 metros de altitude, e a Trilha do Boi. A Serra do Pedro de Oliveira tem muita natureza e mais ou menos 25 km de vias pelas cordilheiras do Caparaó. Outra opção é explorar a antiga linha do trem.

As Fazendas Coloniais.

Um mergulho na rica arquitetura rural de Caiana.

No interior, a propriedade de maior importância histórica é a Fazenda Boa Vista, datada do século XVIII. Nesta propriedade está a Capela de São Sebastião, construída em 1893. O templo já passou por algumas restaurações, mas continua com a arquitetura original.

A fazenda Barro Branco já teve 417 alqueires de terra e pertenceu ao Coronel Adolfo Carvalho. Suas matas forneceram madeira para a construção da ferrovia na região.

Em 1920, os irmãos Virgilio Augusto e Horácio da Costa fundaram a Fazenda Bom Jardim. Eles deram grande impulso ao desenvolvimento agropecuário abrindo estradas, derrubando matas, aumentando as lavouras de café e incrementando a Pecuária.

Outras propriedades de destaques são: a Fazenda Mato Grosso, fundada por Augusto Peixoto em 1917, a Fazenda das Palmeiras e a Fazenda da Queixada, entre outras.

Extraído da Revista Guia Estrada de Fevereiro de 2005
Reportagem de José Carlos Carvalho- Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento de Minas Gerais



sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

ALTO JEQUITIBÁ

Jequitibá 2.jpgAos pés de um gigantesco jequitibá, surgiu um dos municípios mais encantadores da Serra do Caparaó. A cidade tem a simplicidade e o ritmo de vida do interior, mas é uma verdadeira potência turística, repleta de atrativos espetaculares.


Alto Jequitibá está localizado a oeste do Pico da Bandeira, numa altitude de 645 m. Seu território tem 152 quilômetros quadrados e mais de 8.400 habitante.

O município preserva um imenso patrimônio Histórico, onde destacam-se os pontilhões, estações e túneis da extinta ferrovia, as igrejas Presbiteriana e Católica; e o prédio do antigo internato do Colégio Evangélico.No interior, há várias fazendas antigas: Fazenda Azul (Sathler), Sanglard, Werner, Silva, Gripp, Modelo e Fazenda dos Padres, onde ainda se preserva o hábito de produzir a cachaça mineira de forma artesanal.

A magnitude da Serra do Caparaó pode ser admirada no mirante da Vargem Grande, localidade que abriga um maravilhosa reserva ecológica. A natureza de Alto Jequitibá tem ainda outras reservas de Mata Atlântica e a deslumbrante Cachoeira das Andorinhas com suas piscinas naturais.

As montanhas, vales e florestas do município convidam para a aventura (trekking, escalada, trilhas motociclísticas, off-road e muito mais). A rampa de Vôo Livre da Serra dos Tavares está se tornando uma das mais populares da região.

Para aquele descanso, vale a pena conhecer a Chácara do Sol e o pesque-pague do Paulinho.



COMO CHEGAR:

Alto Jequitibá está 316 Km de Belo Horizonte, a 5 Km de Manhumirim, cidade cortada pelas BRs 262 e 482, e a menos de 60 Km de Espera Feliz (BR-482)

PROGRAME-SE

Os principais eventos de Alto Jequitibá são a Semana Santa, a Festa do Trabalhador, Festas Juninas (arraiá do Jecatibá), Festa do Colégio Evangélico (04 de agosto) e a Semana da Pátria (Setembro), quando acontece desfile cívico-escolar e o encontro de ex-alunos do Colégio Evangélico.

Em outubro tem Festa das Crianças, e dia 21 Festa da Cidade. Torneios esportivos, cavalgadas, encontro de motocicletas e Festival de Música Gospel são alguns eventos sem data fixa.

MUSEU DO COLÉGIO EVANGÉLICO

O Colégio Evangélico situado aà Av. Catarina Eller nº 815, Centro, é um dos principais monumentos do Patrimônio Histórico e Alto Jequitibá. Ele também representa a cultura religiosa protestante dos imigrantes suíços e alemães que colonizaram a cidade.

Em 1902, os colonizadores fundaram a primeira Igreja Presbiteriana da cidade. Desde então, os seguidores passaram a sentir falta de uma escola que utilizasse os princípios disciplinares de sua doutrina.

O educandário foi idealizado em 1908, mas só veio a ser construído mais tarde, por iniciativa do reverendo Anibal Nora. O Colégio foi inaugurado em 1923 e funcionava em regime de internato, recebendo estudantes de várias partes do país.

Toda essa história está registrada no acervo do museu mantido pela escola. As fotos antigas retratam pessoas ligadas ao colégio, personalidades da cidade e atividades festivas, cívicas e esportivas.

Grande parte dos registros foi feita pelo primeiro fotógrafo do Alto Jequitibá, Antônio Zavatario, que também esculpia belos painéis de madeira onde muitas fotos estão expostas.

No acervo também há troféus conquistados pelo colégio, animais empalhados, um esqueleto humano, livros, poesias e objetos antigos (discos, instrumentos musicais, projetor de cinema, máquina de escrever, carteiras, exemplares dos jornais do colégio e flâmulas).

Outra curiosidade é a forma de fazer violinos do fotógrafo Zavatário. O artefato já produziu muitos instrumentos para os alunos que se dedicavam à música. Como o desfile de 7 de setembro é uma tradição na cidade, o Colégio Evangélico sempre confecciona uniforme comemorativo para os alunos e membros da Fanfarra. Algumas peças estão expostas.

O Colégio Evangélico já funcionou com duas unidades, localizadas frente a frente na mesma rua. Um prédio foi doado para o governo de Minas, que fundou o Colégio Estadual Reverendo Cícero Siqueira. O museu já recebeu mais de 6 mil visitantes de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro.

OS MONUMENTOS HISTÓRICOS.

Colonizadores ergueram um rico conjunto arquitetônico.

No caminho dos tropeiros que cortavam a região havia um imenso jequitibá. O tamanho e a beleza da árvore tornou aquele lugar um ponto referencial, onde os mercadores trocavam informações e aproveitavam para descansar.

Os primeiros colonizadores a se fixar na região do "alto jequitibá", por volta de 1862, foram os irmãos Eugênio Antônio e Leon Antônio José Sanglard, que trouxeram consigo seus escravos.

Pouco depois, chegaram grupos de imigrantes alemães e suíços provenientes de Nova Friburgo-RJ (famílias Eller, Heringer, Werner, Gripp, Sathler, entre outras). Imediatamente formou-se o povoado de Alto Jequitibá, elevado a distrito de Manhumirim em 07 de setembro de 1923.

Em 12 de setembro de 1953, um decreto de lei estadual transforma o distrito no Município de Presidente Soares, em homenagem ao então presidente do estado de Minas Gerais, Raul Soares. Foi uma decepção para a população.

Os Jequitibaenses queriam que o município se chamasse Alto Jequitibá. Após um plebiscito em 21 de outubro de 1991, a cidade passou a ter a denominação que homenageia suas origens históricas.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO.

O crescimento de Alto Jequitibá foi impulsionado pela riqueza do café e pela ferrovia, que facilitava o escoamento da produção. As marcas deste ciclo econômico ficaram no casario de belas fachadas e nas fazendas antigas do interior.

No Córrego do Sathler, a cerca de 1 km do Centro, estão duas propriedades de maior importância arquitetônica. A Fazenda Azul foi fundada pela família Sathler antes de 1900. A casa construída por eles permanece de pé, embora tenha sofrido algumas alterações. A fachada ainda tem adornos em madeira trabalhada, uma característica européia.

A Fazenda Ceres é mais suntuosa. Ela foi fundada em 1926 e tem 150 alqueires. As janelas da casa tem lindos vitrais coloridos trazidos da Europa e os jardins impressionam pelos canteiros, chafariz, bustos e belas palmeiras.

Outras propriedades interessantes já citadas acima.

Nos antigos caminhos do trem há pontilhões de ferro, estações, como a do Centro e a de Taquaruna, e túneis, o maior deles na Vargem Grande, com 120 metros.

Atrativos que lembram a cultura dos imigrantes suíços e alemães são o Colégio Evangélico, que mantém um museu, e as igrejas presbiterianas, A mais antiga, de 1908, foi propositalmente construída com a torre gigantesca, característica dos templos católicos, para se destacar na paisagem urbana de Alto Jequitibá.

As igrejas católicas de maior beleza são as de São Sebastião, a de Vagem Grande e a matriz de Nossa Senhora da Conceição.

CACHOEIRA DAS ANDORINHAS

O atrativo reúne uma sucessão de quedas d´água, trilhas e matas.

Situado a poucos quilômetros da sede (na estrada de chão que dá acesso à entrada do Parque Nacional do Caparaó), o balneário da Cachoeira das Andorinhas é um do locais mais visitados da região.

Não poderia ser diferente. Esta área particular possui uma infinidade de recursos naturais preservados e de uma beleza espetacular. São vários hectares de matas e uma sucessão de quedas d'água e piscinas naturais.

Entre a Mata Atlântica, há várias trilhas demarcadas. As caminhadas não oferecem muita dificuldade e podem durar pouco mais de 30 minutos.

EXPLORANDO A NATUREZA

Com uma natureza exuberante, repleta de montanhas e grandes reservas da Mata Atlântica, Alto Jequitibá é um dos principais centros do Ecoturismo e Esportes Radicais na região da Serra do Caparaó Mineiro.

As paisagens cinematográficas o município são o principal estímulo para atletas e amantes da natureza. Os caminhos para curtir estas belezas incluem rodovias e estradas vicinais, os trilhos da extinta ferrovia e as trilhas abertas nas flo

restas.

Muitos aventureiros da região, e também do Espírito Santo e Rio de Janeiro, preferem ver isso tudo de cima. O ponto de partida é a rampa do vôo livre da Serra dos Tavares (Rampa "Pedro Cheim"), situada a 8 km do centro e 1.300 metro de altitude, na localidade do Córrego dos Tavares.

O parapentista Weverson Bezerra conta que a rampa foi criada há cerca de 4 anos e desde então tem se tornado um dos pontos referenciais do Vôo Livre em função da riqueza natural de Alto Jequitibá.

Mas os critérios técnicos também têm influenciado esta preferência. "A rampa tem excelente condição para os

saltos e as características geográficas e climáticas da área dão grande autonomia de vôo, permitindo pouso até no Espírito Santo", relata.

As montanhas, vales e floresta do município são exploradas principalmente por atletas do trkking escalada, trilha motociclística e off-ro-road. Dois locais se destacam na caminhada ecológica: as reservas do inglês (Carlos Monteiro) e de Gercy César.

A primeira é um gigantesco paraíso de Mata Atlântica situado nas áreas mais altas da localidade da Vargem Grande, a poucos quilômetros da sede. O distrito também tem um mirante as margens da rodovia.

Ali, além de descansar da viagem por uns minutos, o visitante pode admirar de frente a magnitude de Serra do Caparaó e do Pico da Bandeira, o terceiro mais alto do país, com 2.892 m. No local há um bar e uma placa em homenagem ao Padre Júlio Maria de Lombarde, evangelizador da região que, em 1944, faleceu naquele ponto da estrada vítima de acidente automobilístico.

A Cachoeira das Andorinhas e seus poços naturais são procurados para aventura e para o puro lazer. Outros locais de descontração são a Chácara do Sol e o Pesque-pague do Paulinho.


Reportagem extraída da Revista Guia Estrada de 2005

Repórter - José Carlos Carvalho - Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais.

Caparaó

Meu objetivo com este blog é divulgar pequenas cidades do Leste Mineiro pouco divulgadas na internet, Caparaó ou Caparaó Novo é uma das cidades que quando vamos pesquisar encontramos pouca informação. Pretendo devagarinho ir postando aqui algumas informações.

Participe enviando-me informações, fotos, casos engraçados, festas etc, sobre sua cidade, caso ela esteja no Leste Mineiro. Endereço http://caparao.blogspot.com