CAIANA


A Pérola do Caparaó Mineiro.
DESCOBRINDO CAIANA.
O município tem em seu nome uma homenagem às tribos indígenas que ali viveram.
As primeiras casas de Caiana surgiram em torno da Igreja de São João Batista, construída pelo português Manoel Francisco Pinheiro num terreno doado por Ismerina Toledo. A vila tornou-se o povoado de São João do Rio Preto.
A chegada da ferrovia, no início do século XX, trouxe o comércio, os correios e um cartório. Anos depois, a localidade, então pertencente à Espera Feliz, passa a ser chamada Caiana (índia velhoa), em homenagem às tribos que ali habitavam.
Outro fator de desenvolvimento local foi a lucrativa extração de minérios, que atraiu muitas famílias para Caiana. A emancipação do distrito foi publicada no Diário Oficial em 1962, mas o município só foi instalado em 1º de maio de 1963.
Hoje, a cidade tem 112 quilômetros quadrados e quase 3,4 mil habitantes. Seu rítmo de vida é ligado à agropecuária, mas o município já está se capacitando para explorar o Turismo de forma sustentável.
Caiana integra o Roteiro Pico da Bandeira e tem muitos atrativos naturais, históricos e culturais. Seu forte é o Agroturismo e o Turismo de Aventura. O interior é cheio de fazendas históricas e paisagens de tirar o fôlego.
Os principais roteiros do Ecoturismo são a Cachoeira da Fumaça, com 80 metros de queda, A serra da Caiana, Serra Pedro Oliveira e O morro de Canoa, locais venerados por trilheiros, pilotos de off-road e amantes do trekking.
As maiores festividades da cidade são a Feira de Artesanato, que acontece em setembro e dezembro, o aniversário da cidade (01/03) e a Festa de São João Batista (22 a 24 de Junho). Caiana é uma espécie de jóia turística.
NÃO DEIXE DE IR:
O Balneário Pelotas é uma das melhores opções de lazer de Caiana. O atrativo fica na Fazenda Maceió, distrito do Córrego São Domingos, a 11 km do Centro. O local tem um lago de 40 mil metros quadrados, point da Pesca, nado e do jet sky. Também há camping, tirolesa, piscina infantil, campo de futebol, churrasqueira, estacionamento com 40 vagas, bar e restaurante. A entrada é gratuita e o funcionamento é das 08 às 19:00, de segunda à sexta-feira.
CULTURA:
Caiana tem dimensões modestas, um cotidiano simples, mas apresenta um grande desenvolvimento cultural. Entre seus moradores, é grande o número de músicos, artesãos, pintores, compositores, poetas e escritores.
Devido a esta característica, um dos principais eventos do calendário da cidade é o Recital de Música e Poesia do Ensino Médio, que acontece na última semana de novembro. As apresentações incluem obras inspiradas em autores famosos e em temas locais.
Uma ilustre cidadã de Caiana é a escritora e artesã Cenir Daniel Rodrigues, autora de livros infantis reconhecida em todo o país. Sua obra trabalha temas ligados ao Folclore. A própria autora já adaptou alguns de seus livros para o Teatro.
O Artesanato local tem artigos variados. São trabalhos com cisal, sementes, folhas, garrafas, vasos de plantas, arranjos de flores, madeira, bambú, macramê e ponto cruz. A Associação Municipal dos Artesãos de Caiana (AMAC) fica na Rua José Grilo da Silva, 46.
A Cidade das Miniaturas.
Trabalho belíssimo são as réplicas de casas coloniais das fazendas históricas e de outros imóveis de Caiana. Daniel Salles faz as criativas maquetes utilizando palito de picolé, cola e tinta.
AVENTURA SUBTERRÂNEA:
Adrenalina e história se encontram quase mil metro dentro da terra nas minas da Lavra São Roque, no distrito de Ouro Fino.
No distrito de Ouro Fino, a 1,5 Km do centro de Caiana, encontram-se as espetaculares minas da extração de mica, feldspato, cristais de cores diversas (branco, preto, rosa,etc) e outras riquezas minerais.
O passeio provoca apreensão e fascínio. As centenas de metros de corredores estreitos e grandes salões de pedra chegam a provocar mal-estar nos claustrofóbicos. A água que escorre ininterruptamente pelas paredes piora essa sensação.
Acima de trabalhadores e visitantes, há milhares de toneladas de terra, mas até hoje, ali só se registrou um desabamento provocado por explosão de dinamite. Outro sentimento comum nas lavras é o deslumbre com as maravilhas que brotam na terra e com a coragem e perícia dos homens que tiram o sustento do trabalho nas minas.
As lavras foram descobertas há quase um século pelo português Antônio Borges Pereira, que por muitos anos explorou a retirada e comercialização de mica. Por causa de desentendimentos entre seus familiares, a lavra foi repassando a um grupo de americanos.
Depois, as minas foram exploradas por japoneses e diversos outros contratantes, até que, na década de 1940, Pedro de Oliveira assume os trabalhos. Ele cria novas frentes de serviço, gerando muitos empregos na cidade, e intensifica a comercialização dos minerais.
A esta altura, muita gente estava envolvida com a mineração e como não havia equipamentos de segurança, alguns perderam a vida ou tiveram a saúde comprometida pela Sisicose, doença popularmente chamada de "pó de pedra no pulmão".
Nas décadas seguintes, a Lavra São Roque se tornaria um atrativo turístico visitado por pessoas de todo o Brasil e exterior. Em 1975, Pedro de Oliveira passa a plantar cacau em Rondônia e vende a lavra para o português Antônio Fernandes Borges do Rego.
O lusitano também possuia a mesma garra empresarial do antecessor, mas chegou um ponto em que as escavações ficaram muito profundas e perigosas e os lucras já não eram como antes. Antônio Fernandes diminuiu a intensidade do trabalho e o desemprego prejudicou a economia do município. Após sua morte, a família arrendou a lavra para José Aurélio.
A mina não é um ponto turístico permanente e nem está aberta a visitação. Para conhecer o local é preciso contatar os responsáveis e obter autorização.
O ACERVO HISTÓRICO E ARQUITETÔNICO
Casarios, igrejas e monumentos contam a história de Caiana.
Caiana tem muitos imóveis, propriedades e monumentos de relevância histórica e arquitetônica. Na sede, a construção mais antiga tem aproximadamente 150 anos e foi erguida por José Pinheiro.
A residência sofreu algumas reformas ao longo dos anos, mas mantém as características originais. Atualmente, a moradora do imóvel é dona Guimar Pinheiro.
Outra construção centenária é a Casa Grande da avenida Pedro de Oliveira. Construída por Henrique Gripp, pertenceu a várias pessoas e foi onde funcionou a primeira pensão da cidade. Devido ao mau estado de conservação, recentemente sofreu um incêndio e pode ser demolida.
O Salão de Pépe(em frente à Igreja Matriz) foi construído por Barbosa e Marques, em 1922, para a compra e venda de café. Anos depois, tornou-se a residência de Rienda Moraleida, o Pépe, e seus familiares.
Nos anos 40 ele dividiu o salão e criou um espaço para realização de bailes. Como o anfitrião era racista, brancos dançavam e um lado e negros de outro. Hoje o salão é uma academia de musculação.
Dois símbolos do desenvolvimento da localidade são a caixa d'água e a antiga estação ferroviária. O reservatório é de 1911 e a estação foi construída em 1937. Com a desativação da ferrovia, na década de 90, a prefeitura adquiriu o prédio e construiu uma creche.
Outras importantes construções urbanas são a casa de dona Gessy Gripp, da década de 1930, a casa da Celeste Pinheiro, que já foi um comércio, o o casarão da Rua João Ferreira (1911). O imóvel, feito com pedras, paredes dobradas e telhas francesas, era um armazém de café. Depois, virou uma residência de 22 cômodos.
DESAFIO RADICAL.
Chegar aos pés da monumental Cachoeira da Fumaça exige esforços que envolvem aventura off-road e trekking.
Chegar a gigantesca Cachoeira da Fumaça, uma queda de mais de 80 metros localizada no meio da selva, exige força, disposição e uma boa dose de adrenalina. É preciso enfrentar alguns quilômetros de off-road, um pouco de trekking e uma floresta densa, sem trilhas demarcadas ou qualquer estrutura turística. A equipe do Guia Estrada topou o desafio.
A aventura tem tantas dificuldades que lembra as expedições dos desbravadores da região. A primeira parte do percurso segue para o distrito de Divininho, a 10 km da sede. Até a cachoeira são mais 3 km. O volume de água é tão grande que de muito longe é possível ouvir o barulho da queda.
O acesso é extremamente difícil e, mesmo a queda estando próximo, a caminhada pode demorar duas horas. Para visualizar a maravilha é preciso encarar mata fechada e o ritmo forçado dos terrenos íngremes.
A recompensa é a paisagem fenomenal da cachoeira precipitando entre os rochedos, um verdadeiro paraíso selvagem oculto no interior de Caiana. A queda fica no leito do Rio Preto e ao seu redor há um paredão com vias alucinantes para o rapel.
Abaixo da cachoeira há um moínho feito de pedra e madeira de lei que é movido pela água. Acima, há lindas corredeiras, pedras e canais que alimentam um gerador de energia. A Cachoeira da Fumaça é um dos pontos de pesca mais procurado em Caiana. Em breve, será construída na região um reservatório de três alqueires onde funcionará uma usina hidrelétrica.
Encontros de Trilheiros.
Além de trekking, do rapel e da cavalgada, Caiana também tem tradição nas trilhas motociclísticas. A cultura sobre duas rodas é tão difundida que há vários anos é realizado o Encontro de Trilheiros.
O evento não tem data definida, mas sempre acontece no Inverno, já reuniu 120 atletas mineiros, capixabas e cariocas. Durante a confraternização, os trilherios precisam superar 30 km de obstáculos, o que dá uma média de 6 horas de aventura.
A organização fica a cargo da família Cabral. Apaixonados por moto e natureza, os irmãos Gilmar e Cláudio acabaram levando para o esporte o próprio pai, Senhor Osmar Cabral. O experiente trilheiro diz que Caiana tem roteiros com alto nível de dificuldade, o que torna as conquistas mais saborosas.
Segundo ele, as melhores trilhas são as da Ernestina, a do Pico do Pépe, que tem 1.400 metros de altitude, e a Trilha do Boi. A Serra do Pedro de Oliveira tem muita natureza e mais ou menos 25 km de vias pelas cordilheiras do Caparaó. Outra opção é explorar a antiga linha do trem.
As Fazendas Coloniais.
Um mergulho na rica arquitetura rural de Caiana.
No interior, a propriedade de maior importância histórica é a Fazenda Boa Vista, datada do século XVIII. Nesta propriedade está a Capela de São Sebastião, construída em 1893. O templo já passou por algumas restaurações, mas continua com a arquitetura original.
A fazenda Barro Branco já teve 417 alqueires de terra e pertenceu ao Coronel Adolfo Carvalho. Suas matas forneceram madeira para a construção da ferrovia na região.
Em 1920, os irmãos Virgilio Augusto e Horácio da Costa fundaram a Fazenda Bom Jardim. Eles deram grande impulso ao desenvolvimento agropecuário abrindo estradas, derrubando matas, aumentando as lavouras de café e incrementando a Pecuária.
Outras propriedades de destaques são: a Fazenda Mato Grosso, fundada por Augusto Peixoto em 1917, a Fazenda das Palmeiras e a Fazenda da Queixada, entre outras.
Extraído da Revista Guia Estrada de Fevereiro de 2005
Reportagem de José Carlos Carvalho- Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento de Minas Gerais


Caparaó

Meu objetivo com este blog é divulgar pequenas cidades do Leste Mineiro pouco divulgadas na internet, Caparaó ou Caparaó Novo é uma das cidades que quando vamos pesquisar encontramos pouca informação. Pretendo devagarinho ir postando aqui algumas informações.

Participe enviando-me informações, fotos, casos engraçados, festas etc, sobre sua cidade, caso ela esteja no Leste Mineiro. Endereço http://caparao.blogspot.com